Data: 15 de setembro. Segundo dia de palestras do Meio a Meios, a semana de Jornalismo da UFRJ. O tema: Jornalismo Cultural. Após um já tradicional atraso, a mesa-redonda teve início com Luis Antonio Ryff, da PUC Rio. Ainda na mesa, estavam: Adriano Belisário, do Som Barato e coordenador do Pontão de Cultura Digital da Escola de Comunicação da UFRJ, Bruno Natal, da URBe e Daniel Tambarotti, do canal Multishow.
Na verdade, o que mais se viu, mais uma vez, foi uma grande discussão sobre a participação da internet na prática do jornalismo. Os debatedores identificaram no jornalismo cultural brasileiro um grande meio de entrada para a participação do público. Segundo eles, Luis Antonio Ryff, em especial, essa é uma questão muito importante para o futuro de todas as formas do jornalismo, em especial das mais marginalizadas, como é o caso do jornalismo esportivo e do jornalismo cultural.
Vale, antes de prosseguir, explicar o porquê dessas duas vertentes da profissão serem vistas com um tradicional desdém. Normalmente, segundo as palavras do próprio Ryff, quem faz jornalismo cultural é porque gosta de música, ou de cinema, ou de literatura e, provavelmente, faria isso ainda que fosse apenas um hobby. Não há, via de regra, o espírito investigativo muito comum em qualquer uma das vertentes mais tradicionais do jornalismo. Além do mais, as notícias vão atrás do jornalista, já que a publicação vai ajudar na divulgação de algo, enquanto que no jornalismo tradicional é o profissional que precisa correr atrás do fato a ser noticiado.
Devido a isso, o jornalismo cultural seria uma ótima porta de entrada para o leitor que, realmente, participaria apenas por hobby, não mais encarando a prática como uma profissão. Ainda que o jornalismo e os jornalistas não fossem ser instintos, mesmo que funcionassem apenas como mediadores, o 2.0 novamente se mostrado importante. E não à toa foi pauta fundamental também da mesa-redonda sobre jornalismo cultural no Meio a Meios.