quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Autor no plural

O professor Artur Matuk, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), acredita que o texto e a autoria estão passando por um processo de transição, no qual as máquinas têm um papel fundamental. “O software é a linguagem do nosso tempo”, acredita ele, que participou da palestra “O Autor na Era Digital – uma proposição para a ética informacional no espaço contemporâneo do pensamento”, realizada nessa terça-feira (1º/12) no auditório do Centro de Produção Multimídia (CPM), no campus da Praia Vermelha.

De acordo com Matuk, alguns autores defendem que estamos passando pela quarta revolução do pensamento: o homem não é mais o único criador, a máquina também desempenha esse papel. As três revoluções anteriores foram as protagonizadas por Copérnico, Darwin e Freud. O professor frisou, no entanto, que essa realidade não pode ser encarada como uma forma de competição, mas como uma expansão na produção de conhecimento.

Segundo ele, o autor agora é híbrido. A meta-autoria é a solução para uma época em que todos os textos parecem já ter sido escritos. No lugar de produzir enunciados, o autor vai criar um sistema para fazê-los, podendo utilizar textos de outras pessoas. “O computador pode operar mimeticamente, copiando a nossa forma de escrever, ou criando novas palavras e ordenações", alegou Matuk. O professor chamou esse segundo modo de "desescritura" e afirmou que, ao alterar a estrutura da língua, ela permite que a mente humana seja estimulada.

"A escrita não é mais aquele ato isolado, é cooperativa." Matuk citou como exemplo o site Wikipedia, que permite que um usuário coloque textos e outros o modifiquem. Porém, esse novo modo de produção suscita a questão dos direitos autorais. O professor defendeu que esses direitos já não representam mais a proteção do autor, mas uma limitação do conteúdo que deveria estar disponível para todos. "O valor deveria ser dado à informação que gera movimentação intelectual", disse. Contudo, Matuk admitiu que a questão de como manter financeiramente o escritor ainda não é totalmente respondida.

No evento, o professor também atentou para a luta política que envolverá esse novo modo de usar a informação. "Haverá uma luta pelas ferramentas para estabelecer o pensamento híbrido, uma luta política." Matuk defendeu a luta por um software livre e mostrou dois desenhos seus que seriam símbolos para designar a informação liberada, mas que não foram consagrados pela legislação.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O Natal está chegando!

O Project Natal, da Microsoft, que está previsto para sair apenas daqui a um ano, no final de 2010, já repercute em vários sites na Internet. Anunciado em 1º de junho de 2009, na conferência pré-E3 da Microsoft, o projeto prevê uma leitura do corpo da pessoa, possibilitando que jogos e aplicativos diversos sejam controlados à distância, sem o uso de controle algum.

As maiores empresas de games do mundo já declararam estar desenvolvendo jogos para o Natal, que será incorporado ao Xbox 360, mas sem dar mais detalhes das novas obras. A Ubisoft, por exemplo, afirmou já estar produzindo 10 jogos para o projeto, dizendo, no entanto, que consistem, basicamente de experiências casuais, similares às propostas pelo Nintendo Wii, concorrente do console da Microsoft.

Em declaração ao site Uol Jogos, o presidente da japonesa Nintendo afirmou não temer perder público para o Natal. “Até que eles digam quando vão lançar, quanto vai custar e quais softwares virão com ele, não saberemos se essa é a rota que deveríamos ter tomado.”

Murdoch deve impor barreiras contra Google

O presidente da News Corporation, Rupert Murdoch, deverá impedir o Google de publicar material de seus jornais. A ideia segue as medidas do grupo que começará a cobrar pelo acesso das informações publicados na internet.

"Acho que faremos isso quando começarmos a cobrar [pelas notícias]. Já fazemos isso com o Wall Street Journal. Temos uma barreira, mas ela ainda não chega ao teto" em entrevista para o canal Sky News Australia.

O Google News afirmou que vai acatar a vontade de Murdoch.

"As empresas jornalísticas são soberanas para decidir se querem que seu conteúdo apareça nas buscas. Se nos dizem para não as incluirmos, não o faremos" afirmou um porta-voz da empresa.

Internet superou a TV como mídia preferida, indica pesquisa

Uma pesquisa realizada em 11 países, inclusive Brasil, foi divulgada na última segunda-feira (30) e mostra que 70% dos entrevistados consideram a web indispensável, contra 69% que optaram pela TV.

A pesquisa sobre mídia e publicidade foi realizada pelo grupo mundial de marketing Synovate e entrevistou 8,6 mil pessoas de Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Hong Kong, Índia, Reino Unido e Taiwan.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O negócio é ser interativo e convergir

Entretenimento e informação em toda hora, todo lugar e em todos os formatos. São esses os desejos do público que utiliza, cada vez mais, plataformas digitais para se manter atualizado, segundo a opinião dos especialistas que participaram do debate “Rio Digital: uma aposta no futuro”. Ocorrido no Salão Dourado do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no último dia 12, o evento ressaltou a importância da convergência e da interatividade nos meios de comunicação, uma consequência da evolução do comportamento dos consumidores, que hoje em dia preferem assistir a seus programas favoritos na internet, podendo mandar seus e-mails através do próprio telefone celular.

Para Salustiano Fagundes, diretor da HXD Interactive Television, empresa brasileira que desenvolve mídias interativas para TV Digital, a geração atual é “multiconvergente”, pois possui diversas possibilidades de interação com os diferentes suportes. “Entender o que este mercado quer é descobrir uma nova linguagem de intercessão entre essas múltiplas áreas”, afirmou, durante o evento. Na opinião de Roni Wajnberg, gerente de Soluções de Mobilidade da Oi, apenas com o tempo será possível compreender a revolução digital que o mundo está vivenciando. “Mas o entendimento desse ambiente convergente passa pela integração de setores adjacentes, gerando novos serviços e novos conteúdos”, frisou, em referência a tal interatividade, que permite que a produção não seja feita apenas para os próprios clientes, mas também por eles.

Para se ter uma ideia, segundo dados apresentados por Nelson Hoineff, produtor e diretor de televisão, em junho de 2009, só no Brasil, o número de internautas cresceu mais de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a quantidade de mensagens de texto, enviadas por celular diariamente no mundo, superou recentemente o total de habitantes do planeta (mais de 6,6 bilhões), enquanto 74% das pessoas com TV em seus próprios aparelhos telefônicos passaram a assistir, sem interrupção, a pelo menos 30 minutos de programação televisiva. “O horário nobre tradicional da televisão se flexibilizou”, constatou Hoineff, explicando que agora as pessoas não precisam mais estar em casa para ver os programas. “Elas podem estar indo ou voltando do trabalho, enquanto acompanham tudo pelo celular”, explicou.

Projeto Mauá


Entre os dias 2 e 8 de dezembro, se realizará, no Morro da Conceição, no Centro, as festividades do Projeto Mauá.

A semana contará com uma série de atividades culturais, como shows e exposições. O projeto é um movimento de artistas, moradores e profissionais que trabalham no Morro da Conceição, cujo objetivo principal é descortinar o morro através da arte lá produzida e de ações que ajudem a estabelecer a relevância do local como pólo cultural e turístico.

O evento se iniciará com a celebração do Dia Nacional do Samba, no dia 2, que contará com a apresentação de grupos de samba, com uma feira étnica e com a lavagem da Pedra do Sal, tombada há 25 anos, como patrimônio afro-brasileiro. No dia 8, o encerramento contará com Missa e Procissão de Nossa Senhora da Conceição. Para todos os eventos a entrada é gratuita.O Morro da Conceição se localiza próximo a Praça Mauá.

III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ

Fórum de Ciência e Cultura e cinemateca do MAM promovem encontro realizado pela Faculdade de Educação/UFRJ

O Fórum de Ciência e Cultura(FCC/UFRJ) promoverá entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro, em parceria com a cinemateca do Museu de Arte Moderna(MAM), o III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ. O encontro anual, é uma realização do grupo de pesquisa Cinema para Aprender e Desaprender(CINEAD), da Faculdade de Educação. O evento contará com debates e mostras que tratarão da interação do cinema com o processo educativo das crianças.

O encontro terá presenças ilustres. No dia 30, o FCC receberá a cineasta Sandra Kogut e o professor da Universidade de Barcelona Jorge Larrosa. A partir do dia primeiro, os encontros passam a ocorrer na cinemateca do MAM, que receberá dois convidados argentinos; a cineasta Lucrecia Martel e o professor Carlos Skiliar. No mesmo dia, haverá a assinatura da ata de criação da Rede Latino Americana de Educação, Cinema e Audiovisual, intitulada Rede Kino.

Até o dia 5, o MAM receberá a II Mostra da Faculdade de Educação: Cinema , educação e escola e a II Mostra Minuto Lumiere, que conterá exibição de filmes com protagonistas infantis.

O Fórum de Ciência e Cultura tem capacidade para receber 500 pessoas, já a cinemateca do MAM comporta 180. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo endereço cinead@fe.ufrj.br.

Moda e internet

Existe um discurso clichê e mais que batido de condenar a indústria da moda, resumindo-a a um aparato ditador, anti-democrático, anti-individualidade, etc etc. A internet veio pra mostrar que esse discurso já saiu de moda.

Nesse site aqui é possível ver a moda que se faz ao redor do mundo, por pessoas normais. Funciona assim: qualquer um pode mandar uma foto sua com um visual que achou bacana para ser publicado no site. São dezenas de atualizações por dia, e o banco de dados já conta com milhares de imagens que refletem a moda produzida por gente como a gente. E digo mais: as fotos não deixam nada a desejar em termos artísticos também. Enquanto navega, você vira e mexe dá de cara com uns achados fotográficos bem legais, como esse, ou esse.

É o tipo de coisa que faz você pensar em como a internet tem o poder de fragmentar estruturas que tradicionalmente sempre foram muito centralizadas. A moda, que sempre foi ditada de cima pra baixo, agora se espalha e se multiplica por todos os lados, em todas as direções.