domingo, 4 de julho de 2010

Ajudando repórteres

Procurar fontes jornalísticas para escrever uma matéria pode ser uma tarefa árdua. Algumas pautas exigem que o jornalista faça um esforço digno de Sherlock Holmes para encontrar um contato com um relato interessante. Para encurtar os caminhos que separam o escriba de seus personagens surgiu o Ajude um Repórter, criado pelo relações públicas Gustavo Carneiro em março deste ano.

A iniciativa consiste num perfil no twitter que divulga as demandas de repórteres para suas matérias, enviadas através do próprio twitter por reply e com a tag #Arpo ou pelo site ajudeumreporter.com.br. O pedido é enviado pra toda a rede de seguidores perfil que, por sua vez, repassam o pedido através de retweets. A rede colaborativa do Ajude um Repórter conta atualmente com 4320 seguidores e esse número cresce consideravelmente, chegando a ganhar até 100 seguidores num só dia.

Gustavo teve a ideia do Ajude um Repórter quando morou na Europa justamente na época da explosão das mídias sociais e viu nelas uma importante ferramenta de colaboração e de novas formas de empreendimento no mercado da Comunicação.

- Um assunto que me chamou a atenção foi o crowdsourcing, mais especificamente dois cases voltados à área de assessoria de imprensa e jornalismo, que são o Pitch With Me e o Help a Reporter Out, ambos americanos. Os dois serviços possuem a mesma essência do que eu montei no Twitter brasileiro: potencializar a produção de conteúdo jornalístico com fontes variadas e qualificadas com ajuda da própria comunidade - diz o criador do serviço.

Apesar de trabalhar com todo o potencial do twitter enquanto plataforma de comunicação e de montagem de redes colaborativas e de inteligência coletiva, Gustavo considera o microblog mais uma ferramenta de comunicação no meio de tantas outras e, mesmo sendo uma das mais importantes atualmente, deve ser usado em consonância com os outros meios disponíveis. Justamente por ver o twitter como uma ferramenta complementar, Carneiro não acha que seu serviço incentive as chamadas "matérias de redação", em que o repórter não vai atrás de personagens e fontes para seus textos e nem acha que pedidos corriqueiros demais devam ser ignorados.

- Os comentários negativos que já recebemos são por causa de alguns pedidos considerados muito "simples" e seus autores costumam ser criticados. Mas acredito que mesmo nesses casos nós podemos ajudar se o repórter utilizar o serviço como complemento e não como única fonte para encontrar seus personagens. O Ajude um Repórter pode proporcionar opções mais variadas do que ele teria se só procurasse no seu entorno.
Também há de se entender que, na maioria das vezes, não são os nossos seguidores que servirão de fonte, mas seus contatos dentro e fora da internet, tornando o alcance da rede muito maior do que os atuais 4250 seguidores (seguidores que o ARPO tinha à época da entrevista, há 4 dias) - finaliza o relações públicas.

Inegavelmente o Ajude um Repórter tem tudo para se tornar um importante "ponto de encontro" de jornalistas de todo o país e também de pessoas interessadas na área ou que somente tenham vontade de colaborar. A ferramenta não faz distinção de demanda entre os grandes jornais e os pequenos blogs, atendendo a todos de forma igual.


Um comentário:

  1. Olá, Diego.
    Só agora encontrei nosso papo publicado aqui e gostei bastante do texto.
    Sempre que precisar, conte conosco.

    Grande abraço
    Gustavo Carneiro

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