
Depois do Kindle e do Sony E-Reader é a vez do Brasil entrar no mercado dos e-readers. A empresa pernambucana Mix Tecnologia, em parceria com a Carpe Diem Edições e Produções lançarão em julho deste ano o primeiro leitor de e-book com tecnologia 100% nacional e patente requerida no seguimento de e-readers: o Mix Leitor-d. A previsão de preços está entre R$650 e R$1,1 mil, dependendo do modelo. O Básico, com capacidade de 1 GB, será suficiente para 500 livros, enquanto o Premium, com 4GB, pode armazenar até 1,5 mil livros.
O equipamento mede 10 cm X 15 cm e possui uma tela de seis polegadas. Para os amantes de literatura, a interface promete ser simples e diferenciada: a tela possui tecnologia E-Link, que não encandeia o leitor, tornando a leitura confortável mesmo sob um sol causticante. Outro benefício é o gasto de bateria apenas na troca de páginas, tendo o leitor capacidade de mudar até 8 mil páginas sem descarregar.
O foco do produto é a plataforma educacional. O Mix leitor-d possui a ferramenta interatica Interquiz (IQ) e o Wi-AA (administração acadêmica sem fio) que permite ao aparelho ser integrado a uma rede administrativa e ao aluno acessar informações sobre a instituição como notas, boletins, horário das aulas e provas. Ele possui outros benefícios escolares, como tradutor, dicionário, marcador de texto e de página, além da economia de papel, no material didático e no peso nas mochilas dos estudantes. Diego Mello, gerente do projeto nos dá mais detalhes sobre o produto.
Que tipos de conteúdo eu posso ler no Mix leitor-d?
Diego Mello: Livros, revistas, jornais, blogs, sites e arquivos em PDF, TXT e Word, entre outros. Contudo, ao invés de restringir o acesso a uma única loja virtual, como faz o Kindle, da Amazon, o usuário poderá se conectar as páginas que quiser. O objetivo é fornecer a maior quantidade de conteúdo para o público brasileiro, que poderá fazer a aquisição diretamente nos sites visitados. Com nosso produto, o leitor vai ter tudo que for de domínio público na internet. O aparelho também reproduz arquivos de áudio em MP3 e imagens JPG, GIF, PNG e BMP.
Como o e-reader brasileiro lançado pela Mix Tecnologia se difere dos demais já a venda no mercado internacional?
DM: Queremos transformar nosso produto em uma ferramenta de democratização da informação e do conhecimento. O seu diferencial é uma ferramenta chamada Interquiz (IQ). Ela pode ser acionada com um botão e, no estilo quiz, faz perguntas aos usuários sobre o conteúdo disponibilizado na tela. Isso abre uma perspectiva interessante do seu uso como livro didático. Numa sala de aula, o aluno pode estar lendo sobre História do Brasil e no mesmo momento optar por responder questões e ter comentários sobre o tema ou o professor de um cursinho poderá usar o leitor para passar exercícios.
O Senhor considera que o preço é compatível com a sua implementação nas redes de ensino?
DM: Talvez estejam caros quando pensamos que é possível encontrar um notebook por R$1,4mil, mas esses portáteis são menos apropriados para a leitura e cansam a vista. Além disso, se pensarmos no preço de um livro e no fato de que o Brasil é um dos países que mais compram livros didáticos, o eletrônico pode não ser tão caro. Um livro custa em média R$50 no Brasil, mas um título técnico, de medicina, pode chegar a R$800. É claro que isso hoje parece longe da realidade, mas se pensarmos na indústria do celular que há 15 anos estava engatinhando, não é tão distante.
Para mais informações assista ao vídeo da apresentação de Diego Mello e Murilo Marinho no seminário Educação para o Empreendedorismo Tecnológico realizado pelo Jornal do Brasil no dia 25 de fevereiro.
Os livros eletrônicos são uma tendência sem volta e em curva ascendente. Resta agora esperar para ver se a revolução eletrônica literária conquistará definitivamento o público brasileiro.
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