quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ajuda sem fronteiras

Ana Rosa Reis, responsável pela comunicação organizacional do Médico Sem Fronteiras no Brasil, dá palestra e conta detalhes de como funciona a organização

A jornalista começa a palestra reforçando a importância da comunicação como ferramenta no MSF. Ela diz que além da grande missão que é levar assistência médica comunitária a aqueles que mais precisam, é levar os casos que presenciam a público, em que muitas vezes são deixados de lado pela imprensa. Há inclusive no site, uma lista que contém as dez crises humanitárias mais negligenciadas pela mídia.

Como um dos exemplos dessas crises ela cita o atual estado do Haiti, que vem vivendo uma terrível onda de cólera. A MSF critica a passividade da comunidade internacional, “Freqüentemente, o sofrimento das pessoas não é reconhecido ou documentado” alega Ana Reis. Além da falta de instituições atuando nesse caso, Ana diz que 25% das pessoas são atendidas pelo governo e as outras 75% cabem ao MSF.

A maior ONG médica do mundo consta em seu currículo um prêmio Nobel da Paz (1999), 400 projetos, 22 mil profissionais, 7.5 milhões de pessoas atendidas em 2009 e está presente em 60 países.

Todo esse trabalho é regido pelos princípios humanitários de neutralidade, imparcialidade, universalidade, independência e transparência. A organização sobrevive graças à doação de pessoas físicas. Quando Ana Reis é perguntada se não caberia aceitar uma doação de indústrias farmacêuticas contribuindo para ONG, ao que ele responde com bastante veemência: “ Olha, da indústria não aceitamos. Se o presidente dela quiser doar, ele é uma pessoa física e pode. A indústria não”.

A ONG chega aos lugares mais inóspitos e de difícil acesso que se possa imaginar. Os grandes eixos de atuação são: fome, epidemia, catástrofes naturais e conflitos. No Brasil esteve presente no caso de cólera no Amazonas, no complexo do Alemão em decorrência da violência urbana e no caso de enchente em Alagoas, essa última teve maior foco em recuperação da saúde mental. Quando perguntam a ela se não tem medo desses casos de conflito como no caso do complexo do Alemão, ela responde: “ Quando eu visto a blusa do Médico Sem Fronteiras, me sinto com um colete a prova de balas. Somos muitos respeitados. Eles entendem que precisam de ajuda médica e a nossa única visão é que estamos atendendo seres humanos, é pela ética médica mesmo. Não estamos do lado de ninguém, não é do nosso interesse e índole tomar partido em conflitos”.

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