quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Soluções para o trânsito do Rio


O trânsito no Rio de Janeiro parece cada dia mais intenso. A possibilidade de adquirir carros, decorrente do aumento do poder de compra é celebrada pela população e representa, em nossa cultura, a melhoria de qualidade de vida. O crescimento desordenado da frota de veículos e o conseqüente aumento da emissão de gases poluentes emitidos, no entanto, prejudicam o meio ambiente, aumentando o efeito estufa e a poluição do ar, elevando os riscos de desenvolvimento de doenças respiratórias. Segundo cientistas, a concentração de gás carbônico na atmosfera alcançou níveis nunca vistos em 420 mil anos, e essa situação vai perdurar por 200 anos. Isso sem contar o trânsito, que piora cada dia mais e deixa os cariocas mais estressados, precisando de um tempo maior para chegar a seu destino, e vivendo em meio ao risco do iminente colapso na circulação viária.

Segundo uma matéria publicada na última segunda-feira pelo site G1, foram produzidos 3,36 milhões de veículos no Brasil de janeiro a novembro. Em comparação com o mesmo intervalo do ano passado, que registrou o total de 2,93 milhões de unidades, o acumulado fecha com alta de 14,6%. O volume registrado nos 11 meses de 2010 já supera todo o ano de 2009, que havia fechado com 3,18 milhões, e o ano recorde de 2008, que tinha registrou 3,21 milhões de unidades.

A situação é séria, mas grande parte da população não se dá conta, seja por falta de informação ou de conscientização. A disciplina relativa ao meio-ambiente, que deveria ter obrigatoriedade instituída nos ensinos médio e fundamental, nem mesmo está na grade no curso de Jornalismo da Escola de Comunicação (ECO) da UFRJ. A falta de investimento em transportes públicos também reduz as opções de locomoção dos cariocas, que precisam enfrentar ônibus e trens lotados. O metrô do Rio conta atualmente com 47 km de trilhos distribuídos em duas linhas e 35 estações, o que representa muito pouco quando comparado a cidades como Londres, Madri e Buenos Aires. O metrô de Londres, por exemplo, é o mais antigo e extenso do mundo, contando com aproximadamente 400 km de trilhos distribuídos em 11 linhas e surpreendentes 268 estações.

No contra-fluxo, duas novidades foram anunciadas na última sexta-feira (03/12). As novas medidas tomadas pelo Banco Central para conter o crédito terão impacto maior nos financiamentos de veículos sem entrada e de longo prazo concedidos a partir desta segunda-feira (6/12), e devem afetar o consumo de veículos e a indústria automobilística. Nos financiamentos de 24 a 36 meses, o consumidor terá de pagar pelo menos 20% da entrada para não cair na restrição. Se a venda tiver prazo de 36 a 48 meses, a entrada mínima será de 30%. De 48 a 60 meses, a proporção aumenta para 60%. Para empréstimos de mais de 60 meses, a restrição será aplicada independentemente da entrada.

A segunda novidade é o incentivo da Prefeitura do Rio de Janeiro ao uso do ônibus com tecnologias limpas, capazes de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em mais de 30%. Na última segunda-feira começou a testar um ônibus híbrido elétrico da montadora sueca Volvo, que circula pela Zona Sul e Centro na linha 172 (Rodoviária-Leblon). No mesmo dia foi assinado um convênio de cooperação técnica entre Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) e a Fetranspor, para que práticas sustentáveis sejam incentivadas no setor transportes.


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