quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cuidado com o que você diz na rede

Twitt considerado terrorista leva jovem inglês à prisão. No Brasil, preconceito disseminado na rede também chegou à justiça.


Cento e quarenta caracteres que podem virar caso de polícia. Uma simples insatisfação com o serviço de um aeroporto levou o inglês Paul Chambers, de 27 anos, à prisão no último mês de novembro. Uma nevasca em Nottingham fez o aeroporto Robin Wood fechar, o que arruinou os planos de viagem de Paul. Revoltado com o ocorrido, disparou no twitter: “O aeroporto Robin Hood fechou. Vocês têm uma semana e uns dias para arrumar essa merda, ou eu vou explodir esse aeroporto!”. Uma semana depois, foi preso com base na legislação antiterrorista do país. Apesar de ter deixado a cadeia após pagamento de uma fiança de 985 libras, o inglês foi interrogado durante sete horas e foi proibido de pisar novamente no aeroporto Robin Wood. Para piorar, perdeu seu emprego de gerente financeiro e terá que desembolsar mais 2 mil libras com gastos jurídicos.
Situação semelhante também ocorreu no Brasil logo após o resultado das eleições presidenciais. A estudante paulista Mayara Petruso declarou em rede: “Nordestino não é gente: faça um favor à SP, mate um nordestino afogado.” Uma onda de mensagens contra os nordestinos invadiu o twitter e também o facebook. A Seção de Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com representação criminal contra a estudante, acusando-a de racismo e incitação pública de prática de crime. Mayara também perdeu seu emprego - um estágio em escritório de advocacia - e depois da repercussão negativa na mídia, resolveu deixar a faculdade. Apesar de estar na mira do MinistérioPúblico de São Paulo, ainda não há representação formal contra ela.

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