sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ativismo social na rede

O Jornal Nacional vem perdendo ibope. Mas o curioso é que não são para as outras emissoras (pois estas também tem tido o ibope menor), são para as outras novas formas de comunicação. A atual maior concorrente das emissoras é a Internet. A Internet vem dando maior espaço para uma mídia alternativa, atraindo novos usuários - em um crescimento exponencial. Sucesso muito relacionando a forma que ela trabalha (interatividade). Até os movimentos sociais -que muito depende de ação física- tem se organizado pelo modo virtual e mudando ações políticas desta forma.

Uma das possíveis explicações para esse fenômeno é porque para essa nova geração, o computador não é visto apenas como uma máquina que pode ser utilizada para editar textos e imagens ou uma simples navegação na internet, mas sim um dispositivo para aquisição de conhecimento e produção criativa, muitas vezes, voltado a ações sociopolíticas e culturais e com novos modos de expressão.

No ativismo social, graças a essas novas tendências, a articulação de grupos em torno de objetivos definidos consensualmente é facilitada, além de aumentar os espaços de divulgação de suas análises e propostas, sem vínculo com estruturas convencionais de mídia, hierarquias políticas ou centros controladores. Outra grande vantagem é que pela rede há uma maior chance de entrosamento, as iniciativas estimulam formas cooperativas de organização e autogestão, ajudando a desenvolver uma cultura de trocas de informação, que respeite a variedade de origens, modelos organizativos, atividades, programas e pontos de vista de participantes.

Seguindo esta linha encontra-se a organização não-governamental Avaaz. A ONG pretende mudar questões políticas e questões ambientais por vias alternativas. Para isso os participantes desse site se comunicam e questionam formas de mudarem determinados cenários e algumas vezes conseguiram se organizar em grupos físicos para reivindicar - a primeira vez que conseguiram uma mobilização física foi em 2007, contra a guerra do Iraque. Um dado curioso é que o maior número de integrantes se encontra nos países desenvolvidos, o que conduz a um questionamento moral: essas pessoas [dos países desenvolvidos] não estariam lidando de forma extremamente superficial e com problemas muito distantes da sua realidade?

Esses movimentos articulados pela internet, não suscitaria o chamado “ativismo confortável”? Isto é, se inscrevendo em sites ativistas e debatendo questões sociais, muitas pessoas teriam um alívio de consciência e culpa e ficariam com a sensação de dever cumprido. É preciso tomar cuidado com a idéia radical de “mudar o mundo a partir do computador de casa”.

Embora seja um grande passo essas mobilizações virtuais, é importante lembrar que sem as mobilizações físicas não é possível obter as grandes mudanças. Ainda é preciso ter barulho nas ruas. Há muita comunicação, agora é preciso mais ação.

Confira as iniciativas da Avaaz:


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