segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Operação Complexo do Alemão: Luiz Eduardo Soares e Chico Alencar destoam no Coro das Aprovações

Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão ocupados pela Polícia Militar. A situação inimaginável se concretizou nas últimas horas graças a uma operação coordenada e eficaz de intervenção do Estado naquelas comunidades. Porém, já se encontram na internet comentários insatisfeitos com o encaminhamento e possíveis resultados da ação policial.
Antes mesmo do fim do trabalho, - com a tomada do morro do Alemão - especialistas como Luiz Eduardo Soares expunham opiniões negativas em relação à cobertura da mídia e o desenrolar dos fatos. "Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança", disse o especialista em seu blog em relação a euforia da imprensa frente aos avanços da PM.
Há também um artigo postado na página do deputado federal Chico Alencar. O texto dá conta de um certo descontentamento em relação ao que define como "processo de reconfiguração da geopolítica do crime no Rio de Janeiro". Segundo o autor José Cláudio Souza Alves, "Ônibus e carros queimados, com pouquíssimas vítimas, são expressões simbólicas do desagrado da facção que perde sua hegemonia buscando um novo acordo".
Também no Twitter, um dos trending topics no período da operação atende pelo singelo nome de #máfiadocabral - numa citação direta ao governador do estado. Nele, usuários criticam com muita ironia e bom humor os "feitos heróicos" da polícia nas últimas horas.
Em meio ao turbilhão de opiniões, fica a questão: A liberação de comunidades antes ocupadas pelo tráfico deve ser considerada um avanço ou um retrocesso da política de segurança? Qual foi o papel da imprensa na cobertura pornograficamente obsessiva dos fatos? Houve isenção no tratamento do assunto? Ou a objetividade, tão perseguida pela imprensa, pôde ser posta de lado em favor do reconhecimento da tropa desprestigiada e mal-paga do exército, marinha e polícia militar e as pessoas que passaram anos sob domínio do crime? Essas são perguntas que só o tempo poderá responder...

por Saulo Pereira Guimarães

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